quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O fim das cartas marcadas.

No início, nós não éramos mais que dois adversários jogando em condições de igualdade. Eu já tinha lhe dito uma vez que as minhas chances de ganhar eram maiores, mas você nunca deu muita importância para isso e...esteve sempre certo.
Nos encontramos outras milhares de vezes para enfrentar um ao outro. E o prêmio? Éramos exatamente nós. E você sempre ganhava, sempre me ganhava. E assim foram travadas outras tantas batalhas, com juízes diferentes, campos diferentes, mas sempre o mesmo vencedor. Eu fui viciando nesse tipo de jogo, achando que um dia você ia apostar todas as fichas e perder tudo para mim. Até que eu me vi viciada em perder, me perder para você.
Enquanto eu jogava só com você, você enfrentava outras pessoas e acumulava cada vez mais fichas. Comigo, as suas apostas eram cada vez mais altas, mas você nunca apostava tudo. Eu nunca consegui te ganhar.
Era tarde demais, você ganhou tantas partes de mim que eu já nem pensava mais, não conseguia mais enfrentar você nas situações mais simples. 
Um dia eu olhei nos seus olhos e resolvi apostar tudo que me restava, eu sabia que estava certa em fazer isso, ia ganhar você. Cheguei perto de conseguir. Abandonei o campo de batalha no último segundo, desisti de tudo, absolutamente tudo. Levei comigo só uma única ficha, a única que você não tomou posse. E o que você conseguiu com todas as vitórias? Pode ficar, não terá utilidade sem a última parte que faltava você ganhar: meu coração. 
GAME OVER!

sábado, 30 de outubro de 2010

...

Eu sempre fui de criar minhas próprias teorias, de permanecer imparcial e distante de toda e qualquer mudança. Eu sempre acreditei em valores que eu inventei pra parecerem os mais certos. Eu sei que não faz sentido algum criar palavras pra escrever o que você nem vai ler e pra explicar o que você nunca vai entender.
É  que ultimamente eu ando precisando que você me ouça. Eu não espero que você diga algo como réplica, ou que tome uma atitude em relação ao que eu tenho a dizer. Só quero que me ouça, responda às minhas perguntas e saiba que tudo é sincero, mesmo que minhas atitudes digam exatamente o contrário.
Eu lembro de como você debochava de mim quando eu resolvia dizer o que eu estava sentido, você sempre esperou que eu dissesse tudo ao contrário, você nunca concordou comigo, você nunca me entendeu. E aquilo me machucava tanto, mas parece que quando as feridas cicatrizam a gente já não lembra mais como doeu quando elas foram feitas.
Eu lembro de como você me desmontava quando resolvia quebrar todos os argumentos que eu tinha para defender meus falsos princípios. E aquilo doía tanto, mas parece que quando as feridas cicatrizam a gente já não lembra mais como gritou quando alguém cutucou exatamente o centro dela.
E agora eu não estou morrendo de amor, não estou mal por não lhe ter, não sinto sua falta a todo tempo, nem vivo em função do sentimento que eu tenho por você. Eu só quero saber se você está bem, o que você anda fazendo, se os sonhos que dividia comigo ainda existem, se mudou alguma coisa com a minha partida, se você já conseguiu gostar de novo de alguém. Eu só quero um abraço, um sorriso e um olhar no meu olhar. Eu estou com muito medo de esquecer como era tudo isso. Você entende?
Ainda não amadureci o suficiente pra dizer que quero você de volta.
E eu sei que não vai mudar nada pra nenhum de nós dois, mas eu ainda sou completa e confusamente apaixonada por você. 

sábado, 11 de setembro de 2010

Sobre um final, ou o preparo pra um começo

Tanto tempo...E a única razão foi só por não sentir, não saber, não querer, não identificar...
Li uma vez que isso faz parte de um ciclo:


"A preguiça física nos impede de mudar. Mas basta uma faísca entre dois neurônios para que nossa mente nos aponte para outra direção. Das duas uma: ou tu segues as novas coordenadas, que te podem levar por terrenos inóspitos e até mesmo campos minados, ou optas por permanecer no curso antigo, ignorando a intermitente buzina que te avisa: “estás no caminho errado”." (Lucas Silveira)

Estou sem direção agora. Talvez a vontade de abandonar o antigo caminho tenha sido tão grande, que eu o deixei mesmo sem ter um novo rumo em mente. Viver alheio às suas próprias vontades, até mesmo quando essas vontades não existem, pode ser um exímio caminho para a loucura. Eu juro que eu ainda não enlouqueci.
Agora me pego ouvindo músicas a procura de algum verso que traduza tudo que habita meu ser. Uma, duas, três...cinquenta, nenhuma responde o que há em mim. Elas costumavam conversar comigo, agora não mais. Pergunto-me se não fui eu que desaprendi a ouví-las. Assumo que a dor que outrora senti me rendeu um bom consolo; eu sabia onde doía, porque doía, eu sabia que algo eu sentia, era confortante, era melhor que agora. Eu juro que não vou enlouquecer.
Agora me pego relendo cartas, cartões, bilhetes, anotações. Tudo lembranças de um passado, justificativas de um presente, é. Escritos cujas autorias são de pessoas que um dia acharam que eu merecia o registro de uma parcela de carinho; escritos que costumavam, também, conversar comigo. Hoje, o diálogo estabelecido se resume ao significado e junção das palavras. 
Algumas vezes a gente promete amar pra sempre, diz pra um alguém que ele é a única coisa que importa, jura estar sempre ali. MENTIRAS! Sim, hoje, é uma mentira. No exato momento da emissão das promessas talvez consigamos fazer com que se torne uma verdade; e a gente acredita na validade das nossas próprias palavras, e que pode fazer tudo se cumprir. ILUSÃO! Nunca consegui cumprir nada disso, não me lembro de ter prometido, mas o que mais me vem na memória são as palavras de quem me prometeu.
Alguma coisa me tirou do meu antigo rumo, conheço muita gente que chama isso de amor. Eu receio que o que pode me colocar de novo em algum caminho seja exatamente a mesma coisa. Eu escolho permanecer sem estrada, se é que eu tenho o direito de escolher.




sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Um Dia.



Hoje está um dia lindo.

De uma hora para a outra a minha percepção captou esse fenômeno. Foi como se tudo tivesse se despido da antiga face e tomado novas fisionomias. Eu acordei e achei que hoje seria um dia como outro qualquer. Nada fora da rotina, é.
Realmente, não me foi proposta e nem dada a oportunidade de nenhuma atividade que me permitisse sair da rotina. De uma forma inexplicável, o encantamento pelo que geralmente é visto como o mais simples e comum foi-me despertado. A complexidade das pessoas e a busca pela verdade, hoje me despertaram um interesse maior que o habitual. Eu vi os seres humanos de uma forma diferente, só isso.
Deitei no banco do carro e fui olhando para o céu, enquanto a terra girava, enquanto o vento levava as nuvens, enquanto aquele veículo se deslocava. Eu estava com fones nos ouvidos, a música soava como um hino. A combinação daquela melodia com o azul do céu, o branco das nuvens e os movimentos me fez sorrir. Há muito tempo eu não sorria por olhar o céu, ou sentir a luz do sol tocando meus olhos, e eu nunca havia sorrido daquela forma por tal motivo. Eu olhei para o céu e senti a música de uma forma diferente, só isso.
Senti o vento desmanchando a ordem dos meus cabelos e espalhando poeira pela minha pele, e tudo que eu fiz foi desejar que eu sempre quizesse assim, sem me irritar pelo fato do vento provocar tal desordem. Eu enfrentei o vento de uma forma diferente: amando-o, só isso.
Foi como se ficar parada só obeservando e sentindo com o olhar, o olfato e a audição fosse a forma mais sublime de encontrar prazer. Eu não poderia descrever os sentimentos nem as sensações que me causaram tudo isso, essa é a razão de tamanha imprecisão na descrição desse fenômeno.
Hoje eu acordei e vi beleza onde realmente temos que ver beleza, hoje eu me apaixonei pelo que é mais corriqueiro aos nosso olhos. Hoje eu não adormeci para não perder nem um segundo do que um movimento de rotação pode conter dentro de si. Hoje eu sorri pelo fato da vida se chamar vida, essa palavra gostosa de se pronunciar e sentir. Eu vi o mundo com um olhar de quem olha diferente, só isso.

Eu espero que um dia todas as pessoas possam acordar assim: metade sonhadoras, outra metade amantes de tudo que as cerca. Eu desejo que ao menos uma vez as pessoas possam ver a beleza que exige mais que só os olhos para ser vista. 

Hoje está um dia lindo!

domingo, 8 de agosto de 2010

O Desaparecimento do Seu Desacerto Maior

O meu maior temor era você perder o medo de cuspir-me algumas verdades, além das que já escrevia com sua saliva por todo o meu corpo, em cima daquelas cicatrizes que você fazia questão de checar se estavam profundas o suficiente, periodicamente. Eu não sei o que eu fiz com você, nem sei se a culpa foi minha, mas você não hesita em dizer que sim. Aconteceu o que eu temia.
Foi dificil ouvir que eu sou um erro, o erro que você jamais queria ter cometido.
Eu nunca pude cuspir de volta, eu nunca quis. Eu nunca lhe machuquei intencionalmente, mesmo que você não acredite. A única marca que eu fiz questão de deixar foi exatamente no lugar em que você não checava em mim se ainda existia uma cicatriz profunda: no coração. Eu direcionei todos os instrumentos cortantes ao meu alcançe para que essa marca em seu órgão vital nunca mais desapareça. Se as suas dores se encontram em mais algum lugar, é por inabilidade sua. Não sabia mais como me atingir e passou a machucar a si próprio, sem perceber. Incompetente.
Hoje eu perdi a vontade de ouvir você dizendo que me ama e que precisa de mim para ficar bem. Nínguém precisa do maior erro da vida para ser feliz, não quando esse erro é uma pessoa, não quando esse erro sou eu. Vê se tenta me esquecer de verdade dessa vez.
Esse foi o último texto em que a palavra você faz referencia à sua pessoa. Eu não lhe dedicarei mais nada. E como você mesmo disse: adeus!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Infantilidade de Gente Grande

Eu estou prestes a dar um passo, não sei se ele vai dar em um outro caminho, ou simplesmente em um abismo. Era tão bom ser criança: eu chorava porque minha mãe levantava a voz pra mim ou eu caía e me machucava, ficava triste quando acordava tarde demais e perdia os desenhos na tv, tinha raiva quando meu amiguinho pegava meu brinquedo preferido, me preocupava quando tirava 8 em uma prova, brigava quando uma brincadeira não saía do jeito que eu queria. Minha prioridades eram mesmo hilárias, mas super importantes pra mim, que fique bem claro.
A gente sente quando uma coisa está acabando, eu estou sentindo nesse momento. Engraçado, eu não percebi o término da minha infância. Eu comecei a ver que algumas coisas não me importavam mais, e surgiram problemas novos, antes não considerados como tais.  As pessoas começaram  a não me considerar uma criança: eu não podia entrar mais em alguns brinquedos no parque de diversões, não ganhava mais presente de dia das crianças, não chamava mais a professora de tia.  Era tudo novo, eu não queria isso.
Foi aí que eu decidi manter a essência infantil sempre comigo. Mas parece que as pessoas não gostam quando a gente age como se nunca tivesse crescido, isso deve ser coisa de adulto. Eu nunca entendi, sempre quando a gente toma uma atitude que não digna de aprovação, dizem que estamos agindo como criança.
O que é ser criança?
É manter o sorriso no rosto? Ser egoísta ao ponto de manter as coisas que lhe fazem bem perto de você? Zelar por alguma coisa e acreditar que ela tem vida e sentimentos? Correr por aí como se toda a energia do mundo fosse sua? Ser inocente ao ponto de crer na bondade e em sentimentos puros? Encontrar soluções práticas e achar que tudo é complicado demais para se preocupar tanto?
Se for isso, eu sempre ajo como criança. Porque quando a gente é assim, sabe que existe maldade, mas acredita que ela mora bem longe. A gente não se sente incapaz, porque sempre sabemos que um dia alguém vai nos ensinar aquilo que queríamos tanto aprender.
Eu tenho medo, medo de entrar em um mundo desconhecido onde os sentimentos não são prioridades, medo de perceber que a maldade pode morar ao lado da minha casa ou até comigo, medo de sentir que eu sou como a maioria dos adultos, medo dos próximos passos, medo de chorar por alguma coisa que não seja a voz da minha mãe em um tom mais alto ou  um arranhão provocado por uma queda durante uma corrida.
Eu estou prestes a dar um passo, e eu não quero acreditar que ele vai dar em um abismo. Eu tenho medo do que é ser adulto.

sábado, 17 de julho de 2010

Meu Arbítrio

Todo esse tempo só fez tudo melhorar. Aquela necessidade de algo que eu nunca consegui sentir que era meu, acabou. Eu voltei a ser como antes. Se as velhas sensações não me satifaziam, as novas também não tiveram esse poder. Por isso, prefiro permanecer com as antigas, sei lidar melhor com elas.
Vou continuar almejando algo que eu nunca consegui descobrir o que é. Vou permanecer não querendo grandes mudanças, nem a intensidade que a maioria das pessoas esperam. Vou continuar atrás de algo que me permita ser diferente. E talvez ainda sim eu não me sinta bem. Eu não ligo, pelo menos não agora.
Todo mundo tem a necessidade de um grande sentimento, de alguém. Eu também tenho, ou tive, mas é que pra mim o espaço a ser preenchido é bem maior. Eu não consegui o suficiente para acabar com esse vazio, ficou no máximo meio cheio. Sentir-se feliz pela metade nunca foi minha meta, então eu volto a estar vazia. Esperando que uma coisa só possa preencher isso tudo. A espera de uma vida inteira.
Toda essa balela dita por mim, justificativas para algo que você não iria entender. Talvez se eu conseguisse fazer com que se sinta como eu, você poderia entender. Tudo em vão. Essa chuva que não para de cortar minha pele já deixou cicatrizes tão profundas que uma vida inteira com você tantando curá-las não seria suficiente. Vai embora, você não é capaz de entender.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Nossa Infração

Aconteceu, assim, como eu calculei. Está tudo indo bem, eu espero. Eu nunca consegui definir muito bem o que acontece entre a gente, simplesmente acontece.
As vezes me parece que isso pode estar indo longe demais, mas pensando bem, eu nunca soube o que é ir muito longe. Eu sempre tive medo, ainda tenho. Anda devagar comigo, eu demoro para me acostumar com cada centímetro novo desse caminho. Mas eu prometo que se você mantiver este ritmo e não largar a minha mão, eu vou aonde você quiser.
Você nunca soube, mas não é preciso nada além do que essa história está me oferecendo, não da sua parte. Eu cheguei a achar que isso podia ser um jogo, mas em um jogo os participantes jogam em iguais condições. E nesse caso eu sei que tenho mais armas que você, e pretendo mantê-las comigo para no caso de eu precisar. Então, por enquanto a gente não joga, sem brincadeiras.
Eu não quero promessas, não quero frases repletas de sentimentos, não quero ser o seu oxigênio. Eu quero fazer você querer não prometer, abandonar os sentimentos, eu quero ser seu gás carbônico. Tudo sem você perceber, tudo calculado.
Então vem, que nessa nossa história a gente não precisa do amor. Então segura a minha mão, que eu vou aonde você quiser. Sorri pra mim, que eu acreditarei que em você eu já achei tudo que eu poderia encontrar. Então me abraça, que ao invés de me sentir um ser frágil e protegido, eu quero é sentir-me mais forte.
Então vem, que para se amar a gente não precisa do amor. E se amar sem amor não for possível, nós faremos ser.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sobre um nobre pedido

Eu sei. Sei exatamente em quais pontos eu errei, e ainda continuo errando. Eu sei o quanto eu te fiz mal. Eu sei o quanto as lágrimas que caíram dos teus olhos doeram em cada centímetro do teu rosto, e em cada milímetro do teu coração. Eu também senti essa dor. Eu sei que eu direcionei todas as tuas expectativas a mim, e não correspondi a nenhuma. Eu sei que eu matei toda a esperança que um dia existiu em ti. Desculpe-me.

Eu me peguei mais uma vez sentindo-me culpada, por tudo. Absolutamente tudo, sem enumerações ou citações específicas aqui. Já aprendi que dizer 'eu te amo' é bem mais fácil que pedir desculpas.
A gente vivia num mar de acontecimentos, eu não tinha tempo para parar e pensar. Eu só tinha que nadar. Usei isso como minha maior justificativa durante todo esse tempo, e não pensei. Na realidade, assumir o erro me faria chorar, enlouquecidamente. Então eu nadei. Continuei com aquilo tudo e disse que te amava.
Hoje eu parei, fiz do oxigênio algo dispensável e mergulhei. Sentei no ponto mais profundo de todos os acontecimentos - não sei se exatamente aqueles de antigamente, mas acontecimentos - e resolvi pensar.
A culpa é nossa, a culpa é de todos os envolvidos. O orgulho sempre cega as pessoas, faz com que elas queiram estar certas e acreditem nisso. Hoje eu resolvi me igualar a esse criminoso, para tentar vencê-lo e não permitir que ele cometa o crime de acabar com a minha visão. Percebi onde errei, não sei como concertar sem cometer o mesmo erro. Mas se para ti reconhecer for o suficiente, aqui vai o meu pedido de desculpas.

Não tome uma atitude atrás da outra. Pare de nadar, pense. Questione-se. Ás vezes um pedido pode mudar tudo, em você.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Descobrir onde vamos chegar é querer saber demais



E eu estou aqui, mais uma vez. Tentando me entender, lendo meus próprios princípios. Relendo cada centímetro das frases escritas pela minha razão e pela minha emoção. Dentro de mim.
Inúmeras vezes eu estive ali, tentando entender algo que todo mundo um dia já tentou também. Ouvindo, sentindo, falando, escrevendo, observando, gritando. Fora de mim.
Aquilo que me fazia bem, eu abracei. E vi aos poucos tudo que estava entre os meus braços se esvaindo. Em seu lugar? Nada ao meu ver. Fiquei com os meus braços vazios.
As coisas maiores que a gente pode abraçar geralmente são abstratas. Elas fogem sem a gente perceber. Ou, de repente elas vão ficando pequenas para os nossos braços. Precisamos de novas coisas pra envolver.
Eu não havia percebido. Sempre tive algo perto de mim pronto para ser agarrado com toda a força. Sempre terei. A renovação é inevitável.
Nada é suficiente. Pode ter sido hoje, amanhã não será mais. Assim vivemos sempre procurando coisas pra abraçar. Não suportamos a sensação de estar sem algo pra envolver.

Ultimamente eu ando cansada, aliás, muito. Ando vendo tudo como um ciclo, um ciclo sem fim. Tenho medo de dar um passo e chegar mais perto de ter que dar mais um monte deles. Todas as viagens me levam a lugar nenhum. O que eu devo entender é que a recompensa não é o destino final, mas sim o aprendizado no caminho dessa viagem. Eu perdi tempo procurando. Essa história de escolher algo para abraçar, isso nunca vai acabar. Eu sempre vou querer mais. As sensações são recompensa, o que você puder adquirir é recompensa.

Cansei de viagens de busca. Elas só me fazem focar no destino final, não me deixam olhar para os lados, nem sentir o vento das estradas. Eu quero ir longe, mas sem desconsiderar o que há pelo caminho. Onde eu vou chegar? Não importa. Vou estar em uma eterna viagem de exploração. Eu vou descobrir algo novo que cabe em meus braços.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Hipoteticamente falando

Eu sei que nada parece ter sentido. Agora isso se tornou mais do que rotineiro. No mínimo cansativo, entediante. No máximo desesperador.
Pode ser que não existam graus para medir, mas que fique bem claro que isso é só uma hipótese.
Os meus conflitos, de tão comuns, já não estão mais me surpreendendo. É, eu aprendi a selar a paz em guerras dentro de mim. Justamente no momento em que eu não preciso. Bombas atômicas, exércitos em formação, defesa de ideais: isto seria bom. Eu me entenderia mais, eu chegaria a alguma conclusão.
Pode ser que eu não saiba o que é melhor pra mim, mas que fique bem claro que isso é só uma hipótese.
Eu me sinto dirigindo em uma estrada na qual só consigo seguir olhando para trás. Eu diminuo a velocidade para que alguém me ultrapasse e me faça olhar para frente, mas ninguém parece capaz. Eu aumento a velocidade para me sentir mais forte e continuo tendo que olhar para trás. Não sei o que devo fazer. Todas as consequências neste percurso estão dependendo de mim.
Pode ser que tudo não passe de medo, mas que fique bem claro que isso é só uma hipótese.
Um dia eu vou descer deste carro. Vou me aventurar. Vou parar e pedir carona. Um dia.
Pode ser que tudo na vida não passe de hipóteses, que se concretizam ou não. Mas que fique bem claro que isso é só uma hipótese.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Ambições

Eu às vezes paro e me vejo cansada. Exausta de ver tanta corrupção, assaltos, assassinatos, brigas, discussões...
Eu sempre encontro uma só razão para tudo isso: ambição, qualquer tipo.
O dinheiro é um bom exemplo de fator que impulsiona a ambição.
A todo tempo estamos vendo pessoas passando por cima de tudo e de todos, atrás de algo que elas nem sabem muito bem o que pode trazer. Me entristece saber que isso se tornou uma espécie de combustível, ou até mesmo o próprio motor responsável por mover as pessoas.
Todos sabemos que a satisfação de coisas materiais é algo realmente muito bom, negar seria impossível. Exatamente por isso que a cautela se torna indispensável. Precisamos tomar cuidado quando se trata do que pode nos cegar.
Ambições são boas, é necessário que tenhamos este tipo de sentimento. Necessário para que possamos conseguir coisas que nos façam sentir bem, coisas que nos levem a lugares melhores, com sentimentos melhores. Dispenso aqui, as coisas materiais.
Mas, como tudo que é bom, demasiadamente traz consequências não muito agradáveis.
A verdade é que todo mundo quer uma boa casa, um carro novo e bonito, dirvertir-se sempre independentemente do preço (material ou não), ser popular, possuir poder, viver a vida como se não houvesse nada mais para impedir. Alguns querem tudo isso, outros nem tudo, e muitos querem isso e ainda mais. A diferença está na forma de conseguir, na maneira como ambicionamos.
Cada um sabe do que precisa querer, ou pelo menos do que deve e pode querer. Todos fomos feitos suficientes para tomar as decisões capazes de nos fazer crescer.
Eu tenho a ambição de me tornar melhor, de aprender. Busco como combustível algo que só me traga benefícios, e que sempre venha na medidada certa. Eu tenho a ambição de um dia não me importar tanto com coisas materiais, poder dizer que não sou hipocrita e andar de bem com tudo e todos por momentos consecutivos igualmente dosados. De certa forma busco o que hoje é considerado impossível, pelo menos para os que são sinceros o suficiente para admitir.

Quais são suas ambições? Elas são dignas de ser ambições? Qual o seu combustível? E mais, o que você está usando como motor?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Mecânicas inconversíveis

Tanta coisa pra fazermos, tanta coisa pra vivermos, tanto que temos a aprender. Talvez tudo não caiba dentro dessa jornada. Ou talvez a vida seja exatamente do tamanho necessário para caber tudo que cada um de nós deve aprender.
A cada aprendizado, nós evoluímos, isso não dá para negar. Seja ele bom ou ruim, sempre é precedido de evolução e ganho de experiência. Pensando por esse lado, viver é só fazer acrescentar. É só se deixar mudar, através da adesão de coisas novas.
Eu não acredito que a gente mude.
Cada pessoa tem uma essência, nascemos com ela, e isso não tem nenhum tipo de relação com predestinação. Essa essência está ligada à nossa maneira de ser, ao nosso modo de agir, à nossa personalidade. Nos proporciona a capacidade de despertar sentimentos em todos que nos cercam, além de nos definir, diferenciar e fazer querer escolher e criar fatores que nos distinguem ou até mesmo igualam.
Isso só contribui para que sejamos sempre iguais, para que façamos tudo sempre da mesma forma, ainda que por meio diferentes. É, eu acredito que por mais que a gente tente, nunca mudamos. Podemos tentar, claro, mas isso não significa obter sucesso.
Eu acredito que dentro do que somos cabem pequenas bolhas de ar. Essas bolhas podem ser estouradas, e o espaço que sobra pode ser preenchido com as tais das experiências e demais fatores que temos de acrescentar para evoluir. Embasado nisso, somos o que somos, isso não mudará. Podemos escolher: ser assim de uma forma melhor, ou de uma outra qualquer através do que nos pode ser acrescentado.
Na prática, uma pessoa agirá sempre da mesma maneira. Ainda que por meios diferentes, ainda que ela acredite estar fazendo diferente, o resultado será sempre o mesmo. Muitas vezes na nossa vida dizemos ter mudado, dizemos ter aprendido, quando de repente nos deparamos fazendo tudo da mesma forma. Quantas inúmeras vezes alguém já lhe disse ter mudado? Ela realmente mudou?
Não é que não tenhamos vontade própria e estejamos condicionados a ser da mesma forma, é uma questão da nossa própria vontade mascarada na impulsão. Do preenchimento que pode deixar um maior espaço ou não para a bolhas de ar.
Você provavelmente já deve ter se arrependido de algo que fez, ter tido vontade de ser diferente, pra poder ter feito de outra forma. Ou então deve ter dito que se pudesse voltar, faria diferente.
Eu não faria. Não que eu não me arrependa de nada, muito pelo contrário.
Imagine-se exatamente no mesmo lugar e nas mesmas circuntâncias daquele ato do qual você se arrepende, exatamente da mesma forma, comos e fosse naquele momento. Você acha que poderia ter feito diferente não acha? Eu também acho. Todo mundo ao analisar acha. Mas se formos parar pra pensar, não conseguiríamos. Há alguma coisa que nos cega nesses momentos e nos faz agir paralelamente à nossa forma de ser. Seguir à risca tudo o que sempre fizemos.

De que jeito você é? Você sabe? Eu não, eu não consigo me definir totalmente. Eu posso citar gostos, traços da minha personalidade. Definir totalmente, nunca. Só sei que não mudei, sei que continuo assim desde que me descobri assim.

Eu disse que mudaria, que mudei. Você disse ter mudado. Aquela pessoa lhe disse ter mudado. E a cada dia nós percebemos mais semelhanças desse novo 'eu' que resolvemos ser com aquele que decidimos matar. Coincidência? Não mesmo.



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domingo, 23 de maio de 2010

Esquece!!!

Hoje eu lembrei, lembrei que tenho que esquecer. Eu sei que assim vou me sentir melhor, eu tenho certeza. Vou me esforçar ao máximo, a cada segundo do meu dia, a cada ato, eu vou esquecer. Vou me policiar a cada momento, assim funcionará.

Será?

A gente vê o tempo todo pessoas sofrendo desilusões amorosas. E quando tudo acaba o que elas dizem? Vou esquecer fulano(a)!
Eu sempre me pergunto: como assim esquecer? Será que é tão fácil?

Ah, já sei. Vou bloquear no msn, deletar o número dos contatos do meu celular, falar muito mal dele(a), beijar todo mundo que aparecer na minha frente, e ainda me mostrar muito feliz e, acima de tudo, mais feliz que ele(a). 

AAAAh, não funcionou, continuo lembrando. Então, além de bloquear, deleta do msn. Beija mais mil, ilude alguém. Bebe, finge se divertir, transparece uma felicidade que não é sua, um tipo de vida que você não quer. 
E aí? Funcionou? Aposto que não! Faz melhor agora, vai viajar. Abandona tudo, abandona as coisas que você não tem que abandonar. Chora, aumenta a sua dor pra sentirem pena de você, transforma tudo isso em uma coisa maior ainda.
Não, não. Não adiantou. Então vire uma pedra. Não, uma pedra não, um zumbi. Ande por aí sem se importar com os sentimentos. Ande como se nada o fizesse parar. Faça greve, não se relacione com ninguém, ignore todo tipo de sentimentalismo e se torne a cada dia mais prisioneiro do que é racional. Isso sim é viver.
Será? Cuidado, você pode enlouquecer.
Descobriu que isso também não adianta? Mate-se. Acaba logo com isso!
Achei uma solução. Eu sou mesmo um gênio. Assim você não sentirá mais essa dor, afinal, a vida é mesmo muito injusta com você não é?


Não se assute, isso é só uma possível tragetória de alguém que amou muito e não consegue esquecer. Alguém que vive com uma dor incessante. Uma pessoa que sente que nada poderá saciar essa coisa para a qual ela nunca conseguiu arranjar um nome.
Agora eu me pergunto: pra que esquecer? Qual o sentido disso?
Eu quero é lembrar, lembrar porque acabou, lembrar porque não deu certo. Lembrar como am alguns momentos aquilo era bom, mas também que em muitos outros era tão ruim quanto pensar em ser morto a facadas por alguém que você tem um enorme apreço.
A gente pode chorar, pode querer morrer, querer sumir, desejar não mais lembrar. Mas nada disso é atendido. Todo mundo sabe.
Lembrar de alguém não é tortura, ao contrário do que você pensa. Amar dói, eu sei. Mas o que você não sabe é que esquecer não vai fazer com que você deixe de amar.
Não vai adiantar se sacrificar, fazer coisas que você nem quer só pra tentar tirar uma coisa de dentro de você de uma vez só. Se for fazer algo, faça por você!
Provar algo não é sua obrigação, sua dor só vai aumentar se você tentar fazer com que alguém a sinta também.
Aposto que já ouviu falar que cada um tem um tempo. E que esse tempo é o melhor que pode acontecer. Então, espere pra ver. Faça tudo quando tiver vontade, sem sentir que deve fazer por alguma razão que não seja você. Algumas vezes ser egoísta é bom.
Não seja hipócrita! Não se engane, não se jogue onde você nem sabe se pode pisar. Porque se você não tem certeza disso, também não saberá se pode cair nesse lugar.
Apoie-se em quem sempre lhe deu colo. É necessário cautela no caso de você precisar de alguém pra fortificar suas estruturas.
O pior é que você sabe muito bem de tudo disso, sempre soube. Você sempre faz errado. Sempre faz do jeito que não deve fazer, mesmo sabendo o certo. O pior é que você nunca acerta, o pior é que você nunca vai conseguir acertar.

Meu beijo hoje vai pra você que ainda perde tempo tentando esquecer. Você é um ser patético. Depois de fazer coisas tão ridículas, um dia acordará e sentirá que tudo passou. Exatamente como aconteceria se você nem tivesse tentado esquecer, e tivesse simplesmente vivido só para si.
Hilário, não? Eu acho.
Ah, e deixar de amar? Isso nunca será possível. Amar não se conjuga no passado. A maioria dos habitantes desse planeta não sabem disso. Ignorantes!

domingo, 16 de maio de 2010

Vou postar um texto que eu, particularmente, gosto muito. Ele foi escrito por Dulce María Espinoza Saviñón, aquela mesmo, atriz mexicana e ex-integrante do grupo RBD. Exatamente pela razão de ela ter feito a novela e cantar em um grupo cuja música virou 'modinha', muitos não prestam atenção aos outros dons dela. Pois bem, ela escreve desde pequena e muito bem por sinal.
Algumas coisas nesse texto podem parecer hipocrisia, eu sei. Afinal, todos vemos que está errado, mas continuamos fazendo igual, e às vezes até pior. Mas esse texto mexe nem que seja com um pouquinho da gente.

Confissões, por Dulce María.

Oi, quero contar algo a você. Hoje me dei conta de muitas coisas. Hoje, depois de tantos anos, abri os olhos e notei que não gosto da forma como vivemos. Dói na alma saber que existem guerras, fome, pobreza, doenças, morte. Esvazia meu coração saber que esquecemos de onde viemos; que estamos matando uns aos outros, mesmo sendo irmãos; que uns têm demais e outros não têm nada; que uns dariam tudo por um minuto a mais de vida e outros se suicidam; que uns se queixam de coisas estúpidas enquanto outros estão quase morrendo, mas com um sorriso.

Hoje o mundo me fez pensar por que atualmente contam mais as cirurgias estéticas; por que as sociedades nos impõem estereótipos do que asseguram ser “a beleza”; vendem-nos revistas, massagens, cortes de cabelo e a sala de cirurgia; por que de repente decidimos mudar tudo. É muito triste como o ser humano se deixa levar pelas coisas físicas, pelas aparências, pelo superficial, e deixa de lado o mais importante. E sabe o que me perguntei hoje? Por que não há comprimidos, nem cremes, nem massagens para ser uma pessoa melhor, para saber perdoar? Por que não existe uma lipoaspiração para tirar o rancor, o orgulho e a dor que existe no mundo todo? Por que não existe um implante de consciência, de compaixão, de perdão? Por que não existe uma cirurgia para trocar tanta infidelidade, tanta libertinagem, tanta confusão, por amor? Realmente a tristeza me invadiu ao abrir os olhos e ver em que se transformou nosso mundo.
É tão fácil julgar e tão difícil reconhecer nossos erros! É tão fácil criticar e falar dos outros e tão difícil aceitar e amar a nós mesmos. Isso é triste, mas afinal temos de lutar por nossos sonhos sem ligar para o que digam de nós.

Eu sei que você tem uma missão e uma vida diferentes da minha; eu sei que você, como eu, quer amor, paz, quer preencher esse vazio que às vezes faz que deixemos de lutar; sei que você quer o mundo volte a ter sentido.
Eu gostaria que déssemos valor à vida, às pequenas coisas que tornam grande nossa estada nesta terra; queria que um sorriso iluminasse nossa alma; queria que um beijo nos levasse às nuvens e, ao voltar, queria que todos recebessem um abraço sincero, um “te amo”; que nós déssemos valor ao amor verdadeiro, que trabalhássemos que não nos entregássemos. Que onde houver melhores; que não nos percamos no caminho fácil da vida, que desfrutemos a vida, mas conscientes de nossos atos para sermos realmente livres e aceitarmos que todos somos diferentes e que até seu pior inimigos é um ser único e que também está à procura da felicidade e do amor.

A vida sempre vai nos apresentar desafios, e está proibido renunciar; temos que nos levantar e seguir. Cuidado com as saídas fáceis e momentâneas, como são as drogas, o álcool e o sexo. Tantas coisas que trazem conseqüências irreparáveis não somente para nós mesmos, mas para todas as pessoas ao nosso redor. Temos que viver com cuidado, com consciência, com respeito por nós mesmos e pelos outros, com amor, e pensando também nas conseqüências.

Tomara que isso que você está lendo ajude a preencher o vazio que você, eu e todo o mundo alguma vez sentiu, porque já não existe valores, já não há limites. Em vez de liberdade, existe libertinagem, porque o sexo é visto como um jogo, porque já temos acesso a tudo. Precisamos reencontrar essa plenitude que existe em cada um de nós e meditar sobre o que realmente queremos. Não sobre o que esperam os outros, não sobre o que os outros querem,você é o mais importante. Mas não se esqueça de que somos apenas uma pequena parte do universo, que somos parte de uma mesma fonte de vida e que se eu destruo você, estou destruindo a mim mesma; e se você me dá amor, você vai se sentir muito feliz. Obrigada por ter lido isto e por tentar descobrir algo a mais do que há nesta cabeça um pouco louca, mas com muita vontade e toda a intenção do de fazer que você se sinta mais feliz.
(Dulce María)

terça-feira, 4 de maio de 2010

estacionário...


Eu vejo tudo à minha volta se mover. É como se ficar aqui parada tivesse se tornado uma obcessão. Tentam me levar, eu sei que tentam. Mas eu já finquei mais do que raízes aqui neste lugar.
O Sol aparece para mim todos os dias, eu posso vê-lo daqui, ele é lindo. Ele de mim arranca sorrisos, isto já é suficiente. Aproveitar o brilho do Sol e na noite só ver a magia, afastando a escuridão.
Não vou dizer que ficar aqui me faz bem, mas não faz piorar. Se for ruim não querer mudar, não querer me mover junto com todos à minha volta, eu já me acostumei. Sinto-me eternamente anestesiada contra este tipo de dor.
Você, só você pode me tirar daqui. Não sei se sabe disso. Vem me buscar. Leva-me para ver o Sol em um lugar diferente. Podemos dançar para comemorar, ao som de uma melodia nunca antes ouvida. Só não lhe garanto continuar sob o efeito dessa droga quando a música terminar.

sábado, 24 de abril de 2010

Ser feliz!

Essa semana estive, como sempre, observando as pessoas. Por dia eu passo por três cidades, encontro pessoas de diversas classes, pensamentos, comportamentos, graus de instrução. São pessoas que respondem de uma forma diferente a cada vez que são postas à prova. É interessante analisá-las todos os dias como se eu não estivesse ali, como se elas não pudessem me ver, sem deixá-las sentir a minha presença. Eu gosto, isso me diverte.
As atitudes dos que me cercam, mesmo que não estejam ligadas a mim, também me servem de incentivo. É como se fosse aprender através de uma experiência, uma experiência que não foi minha, e não é por isso que ela deixa de se tornar importante diante de todas vividas por mim.
Costumo pensar que tudo tem um motivo, tudo mesmo. E os motivos daquele outro não são melhores e muito menos, inferiores aos meus. Por isso analisar as atitudes de cada um se torna tão importante quanto parar para refletir sobre as minhas. Claro que nem sempre consigo aplicar isso.
Eu me sinto cercada de pessoas que buscam cada vez mais a satisfação de seus próprios desejos, a busca da felicidade, a realização de tudo. E elas não estão erradas, se é isso que pode nos dar a sensação de satisfação que tanto buscamos, então vamos atrás. Essa tal de felicidade é tão divulgada, às vezes até nomeada e enumerada, até dizem exatamente o que devemos ter para acalçá-la.
Eu nunca conheci ninguém que conseguisse dizer que será feliz com tal coisa, e que quando conseguisse, afirmasse que estava sendo feliz, e mesmo depois de perder ou de ter passado, continuasse sentindo aquela mesma sensação. Não estou dizendo que isso não possa acontecer. Só acho que o que te FARÁ feliz não é nada disso do que você deseja. O que te FAZ feliz hoje, você não imaginava que tivesse tal poder. E o que te FEZ feliz um dia, com toda a certeza deixou de fazer por alguma decepção. Sim, é muito confuso, e absolutamente contestável também.
Pense em toda a sua vida. Você já deixou de ser feliz em algum instante por estar buscando a felicidade em um lugar que ela não estava? tenho certeza que em muitos. A resposta para praticamente tudo está no que nos rodeia e sempre esteve ao nosso alcançe. O nosso maior desafio é enxergar, e não conseguir alcançar como todos pensam.
Vamos nos preparar para criar as respostas e sempre colocá-las em lugares que possamos achar novamente. Vamos ser parte dessas respostas. Vamos procurar essas respostas somente onde e em quem achamos que realmente vá valer a pena.

domingo, 18 de abril de 2010

Eu preciso te falar...

Eu preciso te falar tantas coisas. Tudo o que eu insisti em guardar, talvez por orgulho, talvez por medo. Pra mim é dificl dizer tudo o que eu sinto, e como você deve saber, sempre foi. Mas é que agora cheguei a um ponto insustentável. Na verdade acho que isso cresceu tanto em mim, que não cabe mais aqui dentro.
Os dias em que eu sorria só de pensar em você parece que estão cada vez mais distantes. O sentimento que eu tinha naquela época parece que já não existe mais. Em lugar disso eu sinto uma angústia enorme, uma vontade de chorar. Mas eu não choro, acho que se eu chorasse seria até melhor. Tudo me lembra você, até me olhar no espelho. Por que isso? Eu não sei a resposta, e não encontro em nenhum outro lugar. E isso me deixa pior ainda. Assim como não achar tantas outras respostas que depois de tudo o que aconteceu eu vivo a procurar, me deixa mal também.
É, eu sonho com você todas as noites. Eu fico querendo lhe encontrar a cada passo que eu dou, a cada lugar que eu vou e que eu sei que você pode estar. Eu lembro de você a cada segundo. Eu perco a concentração a cada atividade do meu dia porque eu simplesmente não consigo lhe esquecer. Isso é amor, não é?
Eu não sei se é amor, eu não sei o que é amor. Mas se for isso, o amor dói. Dói quando a gente está perto, quando a gente está longe. Dói quando estamos satisfeitos, dói quando está faltando algo. Às vezes eu penso que pode não ser amor, só saudade. Saudade de uma coisa que pode estar interminada. Saudade de você, saudade de como você fazia eu me sentir. Pode ser também só malcriação de uma criança, porque afinal, eu sou só uma criança. Acho que se eu soubesse o que é, seria bem mais confortante. Ou não.
Todo mundo me diz que isso passa. E eu fico aqui, esperando passar. Vivendo sem um motivo aparente. É estranho eu dizer que não tenho um motivo para viver, eu tenho tantos amigos, tenho minha família, existe tanta gente que gosta de mim. Eu tenho que estar feliz, eu tenho muitos motivos pra sorrir. Mas, apesar de tudo que eu tenho de bom, continuo me sentindo mal, por não ter você.
Mas que ridículo, eu só não tenho você por culpa minha, totalmente minha. Eu causei tudo isso. Tem gente que diz que eu não devo me culpar tanto assim, que você é que está errado. Mas ultimamente eu sinto que isso já não tem importância. Nós simplismente não estamos juntos, você simplismente não está aqui. Eu não sei o que você está fazendo, não sei o que está pensando, nem onde está. Isso me aflinge demais.
E eu digo que não tenho você, que quero você de volta, mas não tenho certeza disso. Eu tenho certeza que eu sinto sua falta a todo instante, e que às vezes eu quero você de volta, mas só as vezes, como agora, como nos ultimos dias.
E eu não estou confortável com nada disso. Não me sinto bem em me contradizer, não me sinto bem em te amar, não me sinto bem em querer te ver, não me sinto bem em escrever isso tudo. Porque eu não sei onde nada disso vai parar, não sei como faço pra parar. Eu estou cansada de encher a cabeça dos meus amigos com assuntos relacionados a você. Estou cansada de não ter ânimo pra sair e procurar alguém que me faça sentir algo melhor do que eu sinto. E cansada de tentar não sentir a necessidade de alguém, de viver feliz mesmo sem essa droga que é o amor. Antes de lhe conhecer eu conseguia, juro que eu conseguia.
O pior pra mim, é saber que você está ali, que eu posso pelo menos tentar resolver isso tudo se eu quiser. Saber que eu não consigo resolver, eu não tenho coragem, que no fundo eu sou um ser humano fraco e cheio de medos.
Se resolver isso tudo significa aceitar que você ficou pra trás, ou correr atras de você pra lhe ter de volta. Não, eu posso afirmar que eu não quero isso. Agora eu quero você perto, mas eu sei que depois que você estiver aqui, não vai ser sempre que eu vou querer isso.
Eu queria não ser assim, queria te odiar, ou ter a certeza que é você que eu quero pra sempre.
Você lembra de quando você me abraçava? Era quando eu mais gostava.
Você lembra do nosso primeiro beijo? Foi o melhor de todos.
E quando você ficava falando e eu só ouvindo? Era como se eu pudesse viajar em você, eu amava.
Você lembra de quando a gente ficava um tempão juntos? Eu enjoava, mas hoje eu sinto saudade.
Será que agora eu posso dizer que pra mim tanto faz?

Escrever?



Há tempos eu tinha a necessidade de um espaço em que eu pudesse me expressar, contar o que eu estou sentindo, um pouco dos sentimentos de outras pessoas, ou parte das minhas percepções. Pois é, aqui estou. E nesse primeiro post resolvi falar exatamente sobre escrever. Não por acaso, não por ser o primeiro post, nem porque escrever vai ser exatamente o que vou fazer aqui.
Colocar minhas idéias em palavras escritas talvez seja, das minhas habilidades, a que mais me fascina. E nos ultimos dias percebo que não fascina só a mim, mas também outras tantas pessoas. Porque isso? Porque temos essa grande necessidade de expressar nossas idéias através de palavras? Porque essa vontade de externar tudo que temos guardado? Porque para algumas outras pessoas isso não faz o menor sentido e escrever seria uma grande perda de tempo?
É, eu não sei. Eu sei que colocar tudo o que sentimos em outro plano que não seja só o dos pensamentos ou das ideias faz eu me sentir melhor, me dá um sentimento de alívio, a impressão de que eu posso me entender melhor.
Escrever nos dá a sensação de uma busca infindável para expressar algo que nunca poderá ser traduzido em palavras, mas quem escreve geralmente não percebe isso. E continua escrevendo, insaciavelmente. Isso acontece comigo, amo escrever, mais do que ler. Amo essa busca por tentar dizer algo que eu nunca vou conseguir, isso chega a me mover as vezes.
Escrevendo, também, eu percebo mais facilmente minhas contradições, minhas falhas quanto às opiniões que vou formando. Tanto que quase sempre acho que meu texto não ficou bom. Sim, eu nunca gosto do que escrevo. Acho totalmente patético quando vou ler depois de alguns dias. Talvez seja mesmo.
Mas eu cheguei a uma conclusão. O mundo está cheio de pessoas contidas, que não expõem coisas patéticas. Por medo, muitas vezes, ou até por não dar a verdadeira importância ao que essas idéias consideradas patéticas poderiam causar. Estamos cercados, também, de pessoas que só expõem o que não são, ou o que acham que outros gostariam que elas fossem. Essas pessoas, ao meu modo de ver, são bem piores, pois elas vivem para os outros, talvez para pessoas que elas nem conhecem de verdade, isso sim é triste.
Por isso, aqui, resolvi escrever. Mas não escrever para alguém, ou escrever para mostrar algo que eu não sou. Escrever para suprir uma necessidade minha, e acima de tudo, escrever para mim. Não me importaria se ninguém lesse, ou se criticassem. Afinal, ser você mesmo é o que mais gera esse tipo de consequência. Ou ninguém dá atenção, ou crticam até não haver mais o que contestar.
Eu sou apaixonada pelo próximo, pelas outras pessoas, pela bagagem delas e pelo que elas têm a me mostrar e ensinar. Eu amo ouvir pensamentos dos meus amigos, desabafos e histórias de vida. Só me deixa mais apaixonada pelo ser humano e pela capacidade de envolvimento que as pessoas têm sobre mim. Me faz refletir, e pensar em coisas boas. Tudo isso também me motiva a escrever, o comportamento das pessoas que me cercam, sejam elas conhecidas ou não.
Se fôssemos partir de alguns dos princípios que eu citei acima, poderíamos chegar à conclusão de que escrever não faz o menor sentido. Mas mesmo não fazendo, ou parecendo que não faz, eu prefiro continuar a escrever. Ser motivada e melhorada a cada dia, pelas minhas próprias palavras. Isso sim é fascinante!