E eu estou aqui, mais uma vez. Tentando me entender, lendo meus próprios princípios. Relendo cada centímetro das frases escritas pela minha razão e pela minha emoção. Dentro de mim.
Inúmeras vezes eu estive ali, tentando entender algo que todo mundo um dia já tentou também. Ouvindo, sentindo, falando, escrevendo, observando, gritando. Fora de mim.
Aquilo que me fazia bem, eu abracei. E vi aos poucos tudo que estava entre os meus braços se esvaindo. Em seu lugar? Nada ao meu ver. Fiquei com os meus braços vazios.
As coisas maiores que a gente pode abraçar geralmente são abstratas. Elas fogem sem a gente perceber. Ou, de repente elas vão ficando pequenas para os nossos braços. Precisamos de novas coisas pra envolver.
Eu não havia percebido. Sempre tive algo perto de mim pronto para ser agarrado com toda a força. Sempre terei. A renovação é inevitável.
Nada é suficiente. Pode ter sido hoje, amanhã não será mais. Assim vivemos sempre procurando coisas pra abraçar. Não suportamos a sensação de estar sem algo pra envolver.
Ultimamente eu ando cansada, aliás, muito. Ando vendo tudo como um ciclo, um ciclo sem fim. Tenho medo de dar um passo e chegar mais perto de ter que dar mais um monte deles. Todas as viagens me levam a lugar nenhum. O que eu devo entender é que a recompensa não é o destino final, mas sim o aprendizado no caminho dessa viagem. Eu perdi tempo procurando. Essa história de escolher algo para abraçar, isso nunca vai acabar. Eu sempre vou querer mais. As sensações são recompensa, o que você puder adquirir é recompensa.
Cansei de viagens de busca. Elas só me fazem focar no destino final, não me deixam olhar para os lados, nem sentir o vento das estradas. Eu quero ir longe, mas sem desconsiderar o que há pelo caminho. Onde eu vou chegar? Não importa. Vou estar em uma eterna viagem de exploração. Eu vou descobrir algo novo que cabe em meus braços.
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