Tanta coisa pra fazermos, tanta coisa pra vivermos, tanto que temos a aprender. Talvez tudo não caiba dentro dessa jornada. Ou talvez a vida seja exatamente do tamanho necessário para caber tudo que cada um de nós deve aprender.
A cada aprendizado, nós evoluímos, isso não dá para negar. Seja ele bom ou ruim, sempre é precedido de evolução e ganho de experiência. Pensando por esse lado, viver é só fazer acrescentar. É só se deixar mudar, através da adesão de coisas novas.
Eu não acredito que a gente mude.
Cada pessoa tem uma essência, nascemos com ela, e isso não tem nenhum tipo de relação com predestinação. Essa essência está ligada à nossa maneira de ser, ao nosso modo de agir, à nossa personalidade. Nos proporciona a capacidade de despertar sentimentos em todos que nos cercam, além de nos definir, diferenciar e fazer querer escolher e criar fatores que nos distinguem ou até mesmo igualam.
Isso só contribui para que sejamos sempre iguais, para que façamos tudo sempre da mesma forma, ainda que por meio diferentes. É, eu acredito que por mais que a gente tente, nunca mudamos. Podemos tentar, claro, mas isso não significa obter sucesso.
Eu acredito que dentro do que somos cabem pequenas bolhas de ar. Essas bolhas podem ser estouradas, e o espaço que sobra pode ser preenchido com as tais das experiências e demais fatores que temos de acrescentar para evoluir. Embasado nisso, somos o que somos, isso não mudará. Podemos escolher: ser assim de uma forma melhor, ou de uma outra qualquer através do que nos pode ser acrescentado.
Na prática, uma pessoa agirá sempre da mesma maneira. Ainda que por meios diferentes, ainda que ela acredite estar fazendo diferente, o resultado será sempre o mesmo. Muitas vezes na nossa vida dizemos ter mudado, dizemos ter aprendido, quando de repente nos deparamos fazendo tudo da mesma forma. Quantas inúmeras vezes alguém já lhe disse ter mudado? Ela realmente mudou?
Não é que não tenhamos vontade própria e estejamos condicionados a ser da mesma forma, é uma questão da nossa própria vontade mascarada na impulsão. Do preenchimento que pode deixar um maior espaço ou não para a bolhas de ar.
Você provavelmente já deve ter se arrependido de algo que fez, ter tido vontade de ser diferente, pra poder ter feito de outra forma. Ou então deve ter dito que se pudesse voltar, faria diferente.
Eu não faria. Não que eu não me arrependa de nada, muito pelo contrário.
Imagine-se exatamente no mesmo lugar e nas mesmas circuntâncias daquele ato do qual você se arrepende, exatamente da mesma forma, comos e fosse naquele momento. Você acha que poderia ter feito diferente não acha? Eu também acho. Todo mundo ao analisar acha. Mas se formos parar pra pensar, não conseguiríamos. Há alguma coisa que nos cega nesses momentos e nos faz agir paralelamente à nossa forma de ser. Seguir à risca tudo o que sempre fizemos.
De que jeito você é? Você sabe? Eu não, eu não consigo me definir totalmente. Eu posso citar gostos, traços da minha personalidade. Definir totalmente, nunca. Só sei que não mudei, sei que continuo assim desde que me descobri assim.
Eu disse que mudaria, que mudei. Você disse ter mudado. Aquela pessoa lhe disse ter mudado. E a cada dia nós percebemos mais semelhanças desse novo 'eu' que resolvemos ser com aquele que decidimos matar. Coincidência? Não mesmo.
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