domingo, 8 de agosto de 2010

O Desaparecimento do Seu Desacerto Maior

O meu maior temor era você perder o medo de cuspir-me algumas verdades, além das que já escrevia com sua saliva por todo o meu corpo, em cima daquelas cicatrizes que você fazia questão de checar se estavam profundas o suficiente, periodicamente. Eu não sei o que eu fiz com você, nem sei se a culpa foi minha, mas você não hesita em dizer que sim. Aconteceu o que eu temia.
Foi dificil ouvir que eu sou um erro, o erro que você jamais queria ter cometido.
Eu nunca pude cuspir de volta, eu nunca quis. Eu nunca lhe machuquei intencionalmente, mesmo que você não acredite. A única marca que eu fiz questão de deixar foi exatamente no lugar em que você não checava em mim se ainda existia uma cicatriz profunda: no coração. Eu direcionei todos os instrumentos cortantes ao meu alcançe para que essa marca em seu órgão vital nunca mais desapareça. Se as suas dores se encontram em mais algum lugar, é por inabilidade sua. Não sabia mais como me atingir e passou a machucar a si próprio, sem perceber. Incompetente.
Hoje eu perdi a vontade de ouvir você dizendo que me ama e que precisa de mim para ficar bem. Nínguém precisa do maior erro da vida para ser feliz, não quando esse erro é uma pessoa, não quando esse erro sou eu. Vê se tenta me esquecer de verdade dessa vez.
Esse foi o último texto em que a palavra você faz referencia à sua pessoa. Eu não lhe dedicarei mais nada. E como você mesmo disse: adeus!

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