sexta-feira, 25 de junho de 2010

Descobrir onde vamos chegar é querer saber demais



E eu estou aqui, mais uma vez. Tentando me entender, lendo meus próprios princípios. Relendo cada centímetro das frases escritas pela minha razão e pela minha emoção. Dentro de mim.
Inúmeras vezes eu estive ali, tentando entender algo que todo mundo um dia já tentou também. Ouvindo, sentindo, falando, escrevendo, observando, gritando. Fora de mim.
Aquilo que me fazia bem, eu abracei. E vi aos poucos tudo que estava entre os meus braços se esvaindo. Em seu lugar? Nada ao meu ver. Fiquei com os meus braços vazios.
As coisas maiores que a gente pode abraçar geralmente são abstratas. Elas fogem sem a gente perceber. Ou, de repente elas vão ficando pequenas para os nossos braços. Precisamos de novas coisas pra envolver.
Eu não havia percebido. Sempre tive algo perto de mim pronto para ser agarrado com toda a força. Sempre terei. A renovação é inevitável.
Nada é suficiente. Pode ter sido hoje, amanhã não será mais. Assim vivemos sempre procurando coisas pra abraçar. Não suportamos a sensação de estar sem algo pra envolver.

Ultimamente eu ando cansada, aliás, muito. Ando vendo tudo como um ciclo, um ciclo sem fim. Tenho medo de dar um passo e chegar mais perto de ter que dar mais um monte deles. Todas as viagens me levam a lugar nenhum. O que eu devo entender é que a recompensa não é o destino final, mas sim o aprendizado no caminho dessa viagem. Eu perdi tempo procurando. Essa história de escolher algo para abraçar, isso nunca vai acabar. Eu sempre vou querer mais. As sensações são recompensa, o que você puder adquirir é recompensa.

Cansei de viagens de busca. Elas só me fazem focar no destino final, não me deixam olhar para os lados, nem sentir o vento das estradas. Eu quero ir longe, mas sem desconsiderar o que há pelo caminho. Onde eu vou chegar? Não importa. Vou estar em uma eterna viagem de exploração. Eu vou descobrir algo novo que cabe em meus braços.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Hipoteticamente falando

Eu sei que nada parece ter sentido. Agora isso se tornou mais do que rotineiro. No mínimo cansativo, entediante. No máximo desesperador.
Pode ser que não existam graus para medir, mas que fique bem claro que isso é só uma hipótese.
Os meus conflitos, de tão comuns, já não estão mais me surpreendendo. É, eu aprendi a selar a paz em guerras dentro de mim. Justamente no momento em que eu não preciso. Bombas atômicas, exércitos em formação, defesa de ideais: isto seria bom. Eu me entenderia mais, eu chegaria a alguma conclusão.
Pode ser que eu não saiba o que é melhor pra mim, mas que fique bem claro que isso é só uma hipótese.
Eu me sinto dirigindo em uma estrada na qual só consigo seguir olhando para trás. Eu diminuo a velocidade para que alguém me ultrapasse e me faça olhar para frente, mas ninguém parece capaz. Eu aumento a velocidade para me sentir mais forte e continuo tendo que olhar para trás. Não sei o que devo fazer. Todas as consequências neste percurso estão dependendo de mim.
Pode ser que tudo não passe de medo, mas que fique bem claro que isso é só uma hipótese.
Um dia eu vou descer deste carro. Vou me aventurar. Vou parar e pedir carona. Um dia.
Pode ser que tudo na vida não passe de hipóteses, que se concretizam ou não. Mas que fique bem claro que isso é só uma hipótese.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Ambições

Eu às vezes paro e me vejo cansada. Exausta de ver tanta corrupção, assaltos, assassinatos, brigas, discussões...
Eu sempre encontro uma só razão para tudo isso: ambição, qualquer tipo.
O dinheiro é um bom exemplo de fator que impulsiona a ambição.
A todo tempo estamos vendo pessoas passando por cima de tudo e de todos, atrás de algo que elas nem sabem muito bem o que pode trazer. Me entristece saber que isso se tornou uma espécie de combustível, ou até mesmo o próprio motor responsável por mover as pessoas.
Todos sabemos que a satisfação de coisas materiais é algo realmente muito bom, negar seria impossível. Exatamente por isso que a cautela se torna indispensável. Precisamos tomar cuidado quando se trata do que pode nos cegar.
Ambições são boas, é necessário que tenhamos este tipo de sentimento. Necessário para que possamos conseguir coisas que nos façam sentir bem, coisas que nos levem a lugares melhores, com sentimentos melhores. Dispenso aqui, as coisas materiais.
Mas, como tudo que é bom, demasiadamente traz consequências não muito agradáveis.
A verdade é que todo mundo quer uma boa casa, um carro novo e bonito, dirvertir-se sempre independentemente do preço (material ou não), ser popular, possuir poder, viver a vida como se não houvesse nada mais para impedir. Alguns querem tudo isso, outros nem tudo, e muitos querem isso e ainda mais. A diferença está na forma de conseguir, na maneira como ambicionamos.
Cada um sabe do que precisa querer, ou pelo menos do que deve e pode querer. Todos fomos feitos suficientes para tomar as decisões capazes de nos fazer crescer.
Eu tenho a ambição de me tornar melhor, de aprender. Busco como combustível algo que só me traga benefícios, e que sempre venha na medidada certa. Eu tenho a ambição de um dia não me importar tanto com coisas materiais, poder dizer que não sou hipocrita e andar de bem com tudo e todos por momentos consecutivos igualmente dosados. De certa forma busco o que hoje é considerado impossível, pelo menos para os que são sinceros o suficiente para admitir.

Quais são suas ambições? Elas são dignas de ser ambições? Qual o seu combustível? E mais, o que você está usando como motor?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Mecânicas inconversíveis

Tanta coisa pra fazermos, tanta coisa pra vivermos, tanto que temos a aprender. Talvez tudo não caiba dentro dessa jornada. Ou talvez a vida seja exatamente do tamanho necessário para caber tudo que cada um de nós deve aprender.
A cada aprendizado, nós evoluímos, isso não dá para negar. Seja ele bom ou ruim, sempre é precedido de evolução e ganho de experiência. Pensando por esse lado, viver é só fazer acrescentar. É só se deixar mudar, através da adesão de coisas novas.
Eu não acredito que a gente mude.
Cada pessoa tem uma essência, nascemos com ela, e isso não tem nenhum tipo de relação com predestinação. Essa essência está ligada à nossa maneira de ser, ao nosso modo de agir, à nossa personalidade. Nos proporciona a capacidade de despertar sentimentos em todos que nos cercam, além de nos definir, diferenciar e fazer querer escolher e criar fatores que nos distinguem ou até mesmo igualam.
Isso só contribui para que sejamos sempre iguais, para que façamos tudo sempre da mesma forma, ainda que por meio diferentes. É, eu acredito que por mais que a gente tente, nunca mudamos. Podemos tentar, claro, mas isso não significa obter sucesso.
Eu acredito que dentro do que somos cabem pequenas bolhas de ar. Essas bolhas podem ser estouradas, e o espaço que sobra pode ser preenchido com as tais das experiências e demais fatores que temos de acrescentar para evoluir. Embasado nisso, somos o que somos, isso não mudará. Podemos escolher: ser assim de uma forma melhor, ou de uma outra qualquer através do que nos pode ser acrescentado.
Na prática, uma pessoa agirá sempre da mesma maneira. Ainda que por meios diferentes, ainda que ela acredite estar fazendo diferente, o resultado será sempre o mesmo. Muitas vezes na nossa vida dizemos ter mudado, dizemos ter aprendido, quando de repente nos deparamos fazendo tudo da mesma forma. Quantas inúmeras vezes alguém já lhe disse ter mudado? Ela realmente mudou?
Não é que não tenhamos vontade própria e estejamos condicionados a ser da mesma forma, é uma questão da nossa própria vontade mascarada na impulsão. Do preenchimento que pode deixar um maior espaço ou não para a bolhas de ar.
Você provavelmente já deve ter se arrependido de algo que fez, ter tido vontade de ser diferente, pra poder ter feito de outra forma. Ou então deve ter dito que se pudesse voltar, faria diferente.
Eu não faria. Não que eu não me arrependa de nada, muito pelo contrário.
Imagine-se exatamente no mesmo lugar e nas mesmas circuntâncias daquele ato do qual você se arrepende, exatamente da mesma forma, comos e fosse naquele momento. Você acha que poderia ter feito diferente não acha? Eu também acho. Todo mundo ao analisar acha. Mas se formos parar pra pensar, não conseguiríamos. Há alguma coisa que nos cega nesses momentos e nos faz agir paralelamente à nossa forma de ser. Seguir à risca tudo o que sempre fizemos.

De que jeito você é? Você sabe? Eu não, eu não consigo me definir totalmente. Eu posso citar gostos, traços da minha personalidade. Definir totalmente, nunca. Só sei que não mudei, sei que continuo assim desde que me descobri assim.

Eu disse que mudaria, que mudei. Você disse ter mudado. Aquela pessoa lhe disse ter mudado. E a cada dia nós percebemos mais semelhanças desse novo 'eu' que resolvemos ser com aquele que decidimos matar. Coincidência? Não mesmo.



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